segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

O expoente da Loucura

Lá estava eu. Mais aliviada e pronta para a batalha seguinte.
O passo a seguir era fazer todos os exames que o médico tinha pedido.
Analises ao sangue, raio x ao tórax, electrocardiograma e a TAC.
Os primeiros exames, fiz no IPO tudo no mesmo dia.
A TAC que era o exame que o médico tinha mais urgência foi o que demorou mais tempo.
A TAC é muito fácil de fazer, tirando o facto que temos que beber um litro de um líquido horroroso.
Depois de beber o liquido, deitamo-nos numa maca e a máquina vai passando lentamente á volta do nosso corpo. Temos que suster a respiração quando nos pedem, mas não é nada doloroso, aliás até é bem engraçado parece que estamos numa nave espacial e que ela está a levantar voo.
Foi pedido com urgência mas mesmo assim demorou uma semana e meia.
Essa semana foi um verdadeiro martírio, mais um… Eu sabia que estava a fazer a TAC para ver se tinha tumores em algum sítio do meu organismo.
Acreditem que se até então me tinha doido um coisinha aqui e outra ali, nessa semana foi de doidos, doeu-me tudo.
Não conseguia respirar fundo porque me doía, quando tocava no estômago e no fígado as dores eram mais que muitas, não podia fechar os braços porque sentia que os gânglios estavam inchados (o que era um mau sinal, gânglios inchados significava que o melanoma poderia estar a drenar células cancerígenas para o sistema linfático), tudo o que era gânglios me doía, eu apalpava o peito vezes sem conta, cada vez que ponha a mão sentia uma coisa diferente.
Eu ia dando em maluca, por momento senti até que tinha chegado á barreira da minha sanidade mental. Mais um passo uma dor e tinham que me internar no Júlio de Matos.
Os exames lá chegaram, quando peguei no relatório fiz me de todas as cores. Tinha um traço não sei de que no pulmão e qualquer coisa na vesícula.
Sabem o que me veio logo á cabeça não é… “pronto isto está espalhado pelo corpo e não me vou safar desta”… passado uns segundos lá me acalmei e pensei, e que tal se eu procurar estes nomes estranhos na Internet.
Por um lado eu sabia que era um risco, podia ser alguma coisa mortal e nesse caso eu não sei o que faria, mas de certo que iria arrancar para Lisboa, para o IPO, não sei bem fazer o quê mas lá logo pensava nisso. Por outro lado podia ser uma coisinha de nada e eu iria dormir um pouco mais descansada.
Lá optei por correr o risco e qual não é o meu espanto quando descubro que … afinal eu tinha umas pedritas na vesícula e um pouco do pulmão murcho isso porque devia ter algum brônquio obstruído e não deixava passar o oxigénio. Normal eu sou asmática tenho sempre os brônquios obstruídos.
Resultado, por momentos senti-me feliz por ser asmática e ter pedras na vesícula, que fantástico. Ambas as coisas tinham remédio a vesícula cuidados com a alimentação, cuidados esses que eu já estava a ter por causa do cancro (mais á frente irei falar-vos sobre isso) e fazer exercícios respiratórios para fazer o ar passar para a parte de pulmão que estava com dificuldades.
A minha mãe levou os exames ao médico, que depois de ver fez um sorriso e disse que estava tudo bem e que eu estava pronta para a segunda operação. Mais umas semanas e chamavam-me.
Já sei, estão curiosos para saber se eu continuei com dores em algum sítio, a resposta é não, claro que não, era só psicológico, mas ia-me levando á loucura.

2 comentários:

  1. é normal essa dores eheheh
    e conhecendo-te so me posso rir ao ler o que pensaste qd percebeste o que tinhas na vesicula e pulmao )))))) jinhos cheios de força e energia

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  2. Ai miguites!!! Ate a unhita do dedinho pequeno do pé doía de certeza ^^!!
    A forma como descreves toda a situação é fantástico porque no meio disso tudo consigo sentir toda a tua energia positiva a transbordar pelas tuas palavras ^^
    aquele abraço
    bjaoooo love ya

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