Lá estava eu em casa de baixa, até parece impossível eu que me recusava a faltar ao trabalho para ir ao médico, estava em casa. È verdade, e sem peso de consciência.
Há dois dias que esperava por um telefonema, do médico, para saber o resultado da biopsia, do sinal. Estava cada vez mais ansiosa e bem no fundo do meu peito alguma coisa me dizia que eu ia ter uma má notícia. Devo ser bruxa porque não falhei.
Eram 11 da manhã, quando o médico me ligou, pela voz dele entendi logo que as noticias não eram boas. Felizmente, este médico era um médico a sério e soube dar-me a notícia da melhor maneira. “As notícias não são as que estávamos à espera, mas fique calma porque tudo se resolve. Eu posso ligar a um colega no IPO (Instituto Português de Oncologia) e você pode ser seguida lá por eles.”
Sabem o que mais me confortou foi ouvir o médico dizer “ se fosse comigo ou alguém da minha família eu gostava de ser seguido pelos melhores e os melhores estão no IPO, se você aceitar eu envio-a para lá.”Claro que eu queria ser seguida pelos melhores, eu queria ficar viva. Muito calmamente, o médico, mais uma vez explicou-me o que iria ser feito e marcamos para dali dois dias para eu ir retirar os pontos da minha primeira cirurgia e para marcar consulta no IPO.
Corri para os braços do meu namorado e chorei como uma louca: Sentia-me tão mal, tão triste, tão lá no fundo, sentia-me sem esperanças.
Tudo o que eu queria ouvir era que estava tudo bem e naquele momento eu tive a certeza que estava tudo mal. E já era tarde para eu puder fazer alguma coisa. Eu já tinha feito tudo o que não devia.
No dia 18 de Dezembro, dia da minha consulta, o simpático dr. falou ao telefone com o colega do IPO e a minha consulta ficou marcada para essa mesma semana, sexta-feira dia 21 de Dezembro. Entregou-me um envelope com uma carta para o colega e o relatório da biopsia.
Melamona Maligno 1.1mm; clark 4;
E é claro que depois da notícia corri todos os sites da Internet á procura de tudo o que falasse de cancro de pele, melhor dizendo melanoma maligno. Li as piores coisas que podia algum dia ler na vida, se soubesse que ia ser assim tinha ficado na ignorância, teria me sentido mais feliz, menos preocupada e paranóica. Sim porque depois de ter lido todos os sintomas, posso vos dizer que tive todos eles.
Nota telemóvel: Consulta no IPO dia 21 Dezembro; 9:30h.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
A Minha Primeira Operação!
Como devem calcular até ao dia da operação não dormi nada de nada. Mas recusava-me a falar no assunto.
Na minha cabeça a única coisa que eu tinha a certeza é que queria que me tirassem aquela coisa das costas.
Nesta altura, ainda nenhum dos meus amigos sabia de nada. Afinal digam-me como é que se conta uma coisa destas a um amigo. Olá tudo bem? Como vai a vida? Tenho cancro. Beijo. Foi por isto que não vos disse antes, desculpem-me. Na verdade até há pouco tempo tinha um medo horroroso de dizer a palavra cancro.
Decidi não ir procurar nada na Internet, quanto menos souber melhor.
No dia 3 de Dezembro lá estava eu ás 14h horas, na sala de espera, ansiosa, com medo, e a rir ás gargalhadas sabem como eu sou?
O médico chama-me, um Sr. com um sorriso tão doce e lindo que me só de olhar para ele fiquei mais calma. Pediu que me sentasse e lá começou o interrogatório.
Antes sequer de ver o sinal e depois de eu lhe ter contar o que o outro médico tinha dito, ele explicou-me com muito detalhe o que iria acontecer, caso o meu sinal fossa na verdade um cancro de pele.
Explicou-me que me iria retirar o sinal, com anestesia local e com alguma margem. Depois iria enviar o sinal para um laboratório para efectuar a biopsia. Se a biopsia informasse que era maligno, então iriam ter me operar de novo e retirar com mais margens de segurança e dependendo do tamanho da lesão poderiam ter que efectuar outra operação para retirar um gânglio. Parou de explicar ai e disse que tínhamos que ir um passo de cada vez. Não era necessário avançar mais até porque cada caso é um caso.
Só então depois desta lengalenga toda o Sr. Dr. Pediu para ver o meu sinal. Não comentou nada de especial, apenas disse que teríamos mesmo que o remover uma vês que cresceu de tamanho e tinha algumas alterações na sua forma.
Pediu que preparassem a sala e lá fui eu. Deixaram a minha mãe assistir. Foi muito bom, senti-me mais calma.
Deitada na maca, o médico começa a preparar a anestesia. A assistente era um amor.
Bom, que horror, estar acordada de costas a sentir aquele liquido a entrar pelo meu corpo a dentro. Cada vez que ele picava eu sentia um peso maior, nas minhas costas. A certa altura, eu tinha a sensação que me tinham colocado, em cima, uma manta daquelas antigas, muito pesadas. Para o médico era bom sinal, significava que o local estava anestesiado. Então colaram-me um papel nas costas e lá começou a operação.
Não me consigo esquecer do som que aquela lâmina fazia ao cortar a minha carne, eu não sentia dor, mas, tinha a sensação que o médico estava a cortar rolhas de cortiça em cima das minhas costas. O meu coração começou a acelerar e lá tive que pedir ao médico para parar. Estava a sentir-me tão mal que já nem conseguia ouvir o que a minha mãe estava a dizer. E olhem que ela não se calou um minuto… nem um…
A operação teve que continuar. Não senti a linha a trespassar meu corpo mas senti-a o médico a puxar a linha. Que estranho, não quero repetir.
Finalmente acabou, podia ir para casa, sentia-me tão bem, tão mais leve. Claro, levei uns 30 pontos, tirou-me um bocado de carne enorme, claro que estava mais leve.
Dores, quais dores? Nenhumas, sai do hospital com vontade de ir dar um pezinho de dança.
Da minha casa ao hospital são 30 min. de caminho, quando cheguei a casa as dores eram horríveis, a anestesia tinha passado, e eu estava de volta à realidade, dores, dores, dores, analgésico, analgésico, analgésico.
Na minha cabeça a única coisa que eu tinha a certeza é que queria que me tirassem aquela coisa das costas.
Nesta altura, ainda nenhum dos meus amigos sabia de nada. Afinal digam-me como é que se conta uma coisa destas a um amigo. Olá tudo bem? Como vai a vida? Tenho cancro. Beijo. Foi por isto que não vos disse antes, desculpem-me. Na verdade até há pouco tempo tinha um medo horroroso de dizer a palavra cancro.
Decidi não ir procurar nada na Internet, quanto menos souber melhor.
No dia 3 de Dezembro lá estava eu ás 14h horas, na sala de espera, ansiosa, com medo, e a rir ás gargalhadas sabem como eu sou?
O médico chama-me, um Sr. com um sorriso tão doce e lindo que me só de olhar para ele fiquei mais calma. Pediu que me sentasse e lá começou o interrogatório.
Antes sequer de ver o sinal e depois de eu lhe ter contar o que o outro médico tinha dito, ele explicou-me com muito detalhe o que iria acontecer, caso o meu sinal fossa na verdade um cancro de pele.
Explicou-me que me iria retirar o sinal, com anestesia local e com alguma margem. Depois iria enviar o sinal para um laboratório para efectuar a biopsia. Se a biopsia informasse que era maligno, então iriam ter me operar de novo e retirar com mais margens de segurança e dependendo do tamanho da lesão poderiam ter que efectuar outra operação para retirar um gânglio. Parou de explicar ai e disse que tínhamos que ir um passo de cada vez. Não era necessário avançar mais até porque cada caso é um caso.
Só então depois desta lengalenga toda o Sr. Dr. Pediu para ver o meu sinal. Não comentou nada de especial, apenas disse que teríamos mesmo que o remover uma vês que cresceu de tamanho e tinha algumas alterações na sua forma.
Pediu que preparassem a sala e lá fui eu. Deixaram a minha mãe assistir. Foi muito bom, senti-me mais calma.
Deitada na maca, o médico começa a preparar a anestesia. A assistente era um amor.
Bom, que horror, estar acordada de costas a sentir aquele liquido a entrar pelo meu corpo a dentro. Cada vez que ele picava eu sentia um peso maior, nas minhas costas. A certa altura, eu tinha a sensação que me tinham colocado, em cima, uma manta daquelas antigas, muito pesadas. Para o médico era bom sinal, significava que o local estava anestesiado. Então colaram-me um papel nas costas e lá começou a operação.
Não me consigo esquecer do som que aquela lâmina fazia ao cortar a minha carne, eu não sentia dor, mas, tinha a sensação que o médico estava a cortar rolhas de cortiça em cima das minhas costas. O meu coração começou a acelerar e lá tive que pedir ao médico para parar. Estava a sentir-me tão mal que já nem conseguia ouvir o que a minha mãe estava a dizer. E olhem que ela não se calou um minuto… nem um…
A operação teve que continuar. Não senti a linha a trespassar meu corpo mas senti-a o médico a puxar a linha. Que estranho, não quero repetir.
Finalmente acabou, podia ir para casa, sentia-me tão bem, tão mais leve. Claro, levei uns 30 pontos, tirou-me um bocado de carne enorme, claro que estava mais leve.
Dores, quais dores? Nenhumas, sai do hospital com vontade de ir dar um pezinho de dança.
Da minha casa ao hospital são 30 min. de caminho, quando cheguei a casa as dores eram horríveis, a anestesia tinha passado, e eu estava de volta à realidade, dores, dores, dores, analgésico, analgésico, analgésico.
Estranho pensamento...
Se Deus existe? Bom, chamem-lhe o que quiserem Deus, Alá, Mahomé, energia cósmica, sim ele existe.
Na manhã seguinte à minha bizarra consulta, eu acordei com a nítida sensação que alguém me disse que teria que procurar outro sítio, para ser operada, e o mais estranho é que acordei com o nome desse sítio na cabeça. Como não tinha o número e estava atrasada para o trabalho pedi ao meu namorado para procurar o número na Internet.
E lá estava eu ás nove da manhã à porta do trabalho a tentar ligar para um hospital privado algures no Algarve. Ninguém atendeu, ainda era cedo.
Mais tarde liga-me o meu namorado a dizer que conseguiu falar com eles e que só tinham vaga para dali a 15 dias. Mas que iam ver se conseguiam fazer alguma coisa, uma vez que eu estava apavorada.
No final do dia lá me ligaram e informaram que o cirurgião chefe me podia fazer a operação, dali a menos de uma semana. Que alivio o meu coração saltitou de alegria.
Senti que tinha tomada a decisão correcta. Fiquei orgulhosa de mim.
Nota telemóvel: Cirurgia dia 3 de Dezembro, Dr. Sousa, Hospital privado.
Na manhã seguinte à minha bizarra consulta, eu acordei com a nítida sensação que alguém me disse que teria que procurar outro sítio, para ser operada, e o mais estranho é que acordei com o nome desse sítio na cabeça. Como não tinha o número e estava atrasada para o trabalho pedi ao meu namorado para procurar o número na Internet.
E lá estava eu ás nove da manhã à porta do trabalho a tentar ligar para um hospital privado algures no Algarve. Ninguém atendeu, ainda era cedo.
Mais tarde liga-me o meu namorado a dizer que conseguiu falar com eles e que só tinham vaga para dali a 15 dias. Mas que iam ver se conseguiam fazer alguma coisa, uma vez que eu estava apavorada.
No final do dia lá me ligaram e informaram que o cirurgião chefe me podia fazer a operação, dali a menos de uma semana. Que alivio o meu coração saltitou de alegria.
Senti que tinha tomada a decisão correcta. Fiquei orgulhosa de mim.
Nota telemóvel: Cirurgia dia 3 de Dezembro, Dr. Sousa, Hospital privado.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Dermatologista ou assassino profissional?
No dia 27 de Novembro de 2009 ás 15:30h lá estava eu na clínica à espera da minha consulta. Ainda hoje estou a pensar por que motivo marquei a consulta para as 15:30 se só fui atendida ás 17h. Enfim.
Depois de todo aquele tempo de espera entrei, o medico examinou o meu sinal nas costas e todos os meus sinais e ainda eu não me tinha vestido quando o médico me diz…”isso é um melanoma, é cancro de pele, mas eu ainda tenho vaga esta sexta-feira e posso opera-la numa salinha, não é necessário nada de especial e são 450€.”
Na minha cabeça naquele segundo só me ocorreu uma coisa, vou morrer. Agradeci ao médico e sai da sala, paguei na recepção, marquei a operação para sexta, sai à rua, olhei ao relógio e eram 17:15h.
Em 15min a minha vida desmoronou, não me lembro se senti frio, se senti calor, nem sei a quem liguei primeiro, senti um aperto enorme no coração, por momentos acho até que me senti feliz, que estranho sentimento no meio daquela confusão.
Falei com a minha mãe, com o meu namorado e só ai consegui desatar o nó que ia no meu coração, chorei como à muito não me lembrava de chorar, senti-me perdida e com raiva, cheguei a ficar com ódio de mim por ser tão burra, que nem tempo arranjava para ir ao médico.
Eu pensava que podia ir trabalhar morta, só agora é que percebi que os mortos não trabalham. Por isso meus amigos, para a saúde temos que arranjar sempre tempo, SEMPRE…
Culpei o médico de família por tudo e chorei até não ter mais forças, mentalmente cansada e farta de culpar outra pessoa pelo meu desleixo, finalmente, deixei-me dormir.
No dia seguinte, acordei a estranha ideia de que não poderia deixar aquele dermatologista fazer a operação. Pensando bem em tudo o que ele me disse, e na gravidade da situação pareceu-me até bizarra aquela consulta… e por momentos fiquei na dúvida se tinha ido ao dermatologista ou se me tinha ido encontrar com um assassino profissional.
Cheguei à conclusão que me tinha encontrado mesmo com um assassino profissional que me tinha dito …” A Sr.ª apanhou sol a mais e como tal vou ter que mata-la com uma arma, à porta de sua casa, não precisa ser nenhum sitio especial, nas sexta tenho vaga só tem que dar 450€”. Muito profissional!
Depois de todo aquele tempo de espera entrei, o medico examinou o meu sinal nas costas e todos os meus sinais e ainda eu não me tinha vestido quando o médico me diz…”isso é um melanoma, é cancro de pele, mas eu ainda tenho vaga esta sexta-feira e posso opera-la numa salinha, não é necessário nada de especial e são 450€.”
Na minha cabeça naquele segundo só me ocorreu uma coisa, vou morrer. Agradeci ao médico e sai da sala, paguei na recepção, marquei a operação para sexta, sai à rua, olhei ao relógio e eram 17:15h.
Em 15min a minha vida desmoronou, não me lembro se senti frio, se senti calor, nem sei a quem liguei primeiro, senti um aperto enorme no coração, por momentos acho até que me senti feliz, que estranho sentimento no meio daquela confusão.
Falei com a minha mãe, com o meu namorado e só ai consegui desatar o nó que ia no meu coração, chorei como à muito não me lembrava de chorar, senti-me perdida e com raiva, cheguei a ficar com ódio de mim por ser tão burra, que nem tempo arranjava para ir ao médico.
Eu pensava que podia ir trabalhar morta, só agora é que percebi que os mortos não trabalham. Por isso meus amigos, para a saúde temos que arranjar sempre tempo, SEMPRE…
Culpei o médico de família por tudo e chorei até não ter mais forças, mentalmente cansada e farta de culpar outra pessoa pelo meu desleixo, finalmente, deixei-me dormir.
No dia seguinte, acordei a estranha ideia de que não poderia deixar aquele dermatologista fazer a operação. Pensando bem em tudo o que ele me disse, e na gravidade da situação pareceu-me até bizarra aquela consulta… e por momentos fiquei na dúvida se tinha ido ao dermatologista ou se me tinha ido encontrar com um assassino profissional.
Cheguei à conclusão que me tinha encontrado mesmo com um assassino profissional que me tinha dito …” A Sr.ª apanhou sol a mais e como tal vou ter que mata-la com uma arma, à porta de sua casa, não precisa ser nenhum sitio especial, nas sexta tenho vaga só tem que dar 450€”. Muito profissional!
Etiquetas:
cancro de pele,
Dermatologista,
Melanoma maligno
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Ás voltas e voltas...
Em Dezembro de 2008, numa aula de actividade aquática adaptada, uma das minhas colegas comentou um sinal que eu tinha nas costas, um sinal que eu nunca tinha visto.
Em Janeiro de 2009, marquei consulta no médico de família, ele viu o sinal e disse “ não se preocupe o seu sinal só cresceu porque está por baixo do sutiã e como roça ele vai crescendo, mas para ficar mais descansada pode procurar um dermatologista.”
Mais descansada? Eu fiquei logo descansada, se o médico de família diz que não é grave, é porque não é grave! ERRADO. Se o médico de família diz que não é grave, deve-se procurar logo um especialista. E se o médico de família diz que é grave procurem um padre ou qualquer coisa do género porque estão quase a morrer.
Em Agosto de 2009, o meu sinal mudou de cor e começou a dar-me comichão.
Como não conhecia nenhum dermatologista perguntei a algumas pessoas, e finalmente em Outubro lá marquei consulta para um dermatologista perto do meu trabalho, alguém me tinha dito que era muito bom. Como o trabalho está sempre em primeiro lugar e a saúde está bem lá no fim, marquei para a última hora assim não teria que faltar ao trabalho.
No dia da consulta ligaram-me a dizer que teria que ir mais cedo. O dermatologista não tinha consultas até ás 17h e não ia esperar por mim. Disse que não, obvio, primeiro o trabalho!
Lá consegui marcar novamente consulta para o mesmo médico, nem sei porque o fiz, talvez para não me dar ao trabalho de procurar outro médico.
Consulta marcada para dali um mês e lá tive a decência de marcar para as 15:30h, já estava a ficar preocupada e não queria correr o risco de ficar mais outro mês sem consulta.
Nota no telemóvel: Consulta dermatologista, 27 de Novembro de 2009 ás 15:30h.
Em Janeiro de 2009, marquei consulta no médico de família, ele viu o sinal e disse “ não se preocupe o seu sinal só cresceu porque está por baixo do sutiã e como roça ele vai crescendo, mas para ficar mais descansada pode procurar um dermatologista.”
Mais descansada? Eu fiquei logo descansada, se o médico de família diz que não é grave, é porque não é grave! ERRADO. Se o médico de família diz que não é grave, deve-se procurar logo um especialista. E se o médico de família diz que é grave procurem um padre ou qualquer coisa do género porque estão quase a morrer.
Em Agosto de 2009, o meu sinal mudou de cor e começou a dar-me comichão.
Como não conhecia nenhum dermatologista perguntei a algumas pessoas, e finalmente em Outubro lá marquei consulta para um dermatologista perto do meu trabalho, alguém me tinha dito que era muito bom. Como o trabalho está sempre em primeiro lugar e a saúde está bem lá no fim, marquei para a última hora assim não teria que faltar ao trabalho.
No dia da consulta ligaram-me a dizer que teria que ir mais cedo. O dermatologista não tinha consultas até ás 17h e não ia esperar por mim. Disse que não, obvio, primeiro o trabalho!
Lá consegui marcar novamente consulta para o mesmo médico, nem sei porque o fiz, talvez para não me dar ao trabalho de procurar outro médico.
Consulta marcada para dali um mês e lá tive a decência de marcar para as 15:30h, já estava a ficar preocupada e não queria correr o risco de ficar mais outro mês sem consulta.
Nota no telemóvel: Consulta dermatologista, 27 de Novembro de 2009 ás 15:30h.
Etiquetas:
cancro de pele,
Dermatologista,
Melanoma maligno
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Lucy Moon

À excepção do meu nome tudo o que irão ler neste blog é a mais pura das verdades. Não irei omitir um único sentimento, nehuma palavra, nenhum acto. A minha mente será como uma lua de diamante. O meu nome é Lucy, tenho 28 anos de idade, sou uma rapariga igual a qualquer outra, não há em mim nada de especial. Vivo numa cidade normal á beira-mar, estudei, trabalhei, fiz amigos e inimigos. Sai á noite namorei, senti ciúmes, menti, magoei, fui magoada. Fiz tudo o que achei que devia fazer para me puder sentir viva. Neste momento, existe apenas uma coisa que me torna diferente da maioria das pessoas da minha idade. Foi me diagnosticado um melanoma maligno...um cancro de pele... Não sou certamente a única neste barco, mas achei por bem dizer ao mundo o que senti, o que estou a sentir, talvez possa ajudar alguém ou simplesmente farei isto para me ajudar a mim mesma. Não quero esconder a dor, quero dizer ao mundo que podemos e devemos sempre dar uma segunda hipotese a nós mesmos, devemos sempre lutar, procurar o porquê, dizer não e sim, devemos no minimo tentar. Não vos quero contar uma história triste, quero vos contar a verdade da vida de uma rapariga que perdeu o medo de dizer a palavra CANCRO...
Subscrever:
Mensagens (Atom)